Tendinite é um termo médico que significa “tendão inflamado”,
mas mais correto seria dizer “tendinopatia”, ou seja, “tendão doente”,
já que muitos casos descritos como tendinite estão associados não a uma
inflamação do tendão, mas a um desgaste deste. De qualquer forma, como
este texto não é direcionado a profissionais da área médica, e como
tendinite é um termo a que todos estão acostumados e muitos usam quando
sentem dor no tendão, descreverei aqui as tendinopatias como tendinite.
O tendão é a parte final de um músculo – a parte que se prende aos ossos. O processo pelo qual a tendinite se desenvolve está associado a desequilíbrios musculares e à carga excessiva de esforço realizado pelo tendão. Boa parte do processo pelo qual as tendinites se desenvolvem é semelhante ao que leva às lesões musculares, de forma que a leitura do texto sobre lesões musculares também é válido para compreender as tendinites.
Todo tendão sofre um processo contínuo de remodelação, no qual suas fibras vão se desgastando e são absorvidas, ao mesmo tempo em que novas fibras são formadas. Se a pessoa pratica menos atividade física do que aquela para a qual está preparada, seu corpo entende que ela não precisa de um tendão tão forte e a absorção das fibras torna-se maior do que sua formação – e o tendão perde força. Caso a pessoa faça mais esforço do que aquele com o qual está acostumada, a formação das fibras passa a ser maior do que sua destruição – e o tendão torna-se mais forte.
Este processo, porém, tem um limite. A capacidade de formar novas fibras é limitada, e se a atividade física for excessiva, a desruição torna-se maior do que a formação. Este processo de destruição aumentada faz com que ocorra um processo. Com o tempo, este processo leva ao desgaste e à perda da força do tendão.
A atividade física pode atuar de formas diferentes sobre o tendão. Dentro de um certo nível de atividade, ela é benéfica, promovendo uma formação de fibras maior do que sua destruição. Esta quantidade de atividade física é conhecida como “envelope de função”. É o nível de atividade que se deve buscar realizar. Quando se faz atividade acima do envelope de função, a destruição de fibras torna-se muito grande, levando às tendinites, o que mostra que a atividade está sendo maléfica. Caso se faça menos atividade, a formação de fibras é tão reduzida que o tendão perde força.
Compreendendo-se este processo, fica fácil entender o tratamento, que tem por objetivo final a melhora da força do tendão comprometido, aumentando assim o envelope de função.
Os mitos da tendinite
1. Tendinite não tem cura
Esta é uma verdade parcial. A parte do tendão que já está degenerada tende a permanecer assim, mesmo mediante tratamento, e por este ponto de vista realmente a tendinite não tem cura. Muitas pessoas, porém, têm algum grau de degeneração e nem sabem disso, uma vez que são capazes de manter suas atividades físicas dentro de um envelope de função que consideram satisfatório. O tratamento da tendinite deve ter por objetivo fortalecer o tendão e aumentar o envelope de função, de forma que a pessoa consiga realizar sua atividade sem ter dor. Por este ponto de vista, se considerarmos a cura como a melhora da dor, a tendinite pode sim ser curada.
2. Deve-se usar anti-inflamatórios
Os medicamentos anti-inflamatórios são usados de forma indiscriminada pela população em geral para o tratamento das dores e os atletas e dançarinos em geral não fogem a esta regra. Deve-se, porém, ter em mente qual o papel da inflamação e dos anti-inflamatórios.
A inflamação é o processo pelo qual as fibras destruídas do tendão (no caso das tendinites) são absorvidas para serem então substituídas. A dor faz parte do processo inflamatório, mas tem uma função importantíssima: como a inflamação indica que a pessoa está se excedendo na atividade, a dor faz com que esta pessoa faça menos atividade e impeça, assim, a destruição ainda maior das fibras. Como o uso de anti-inflamatórios mascara este processo, ele permite que a pessoa, sem perceber, continue fazendo atividade em um nível prejudicial.
Outro fator importante é que, como já mencionei, quando a dor se torna crônica, a fraqueza do tendão – e não o processo inflamatório – é que torna-se o fator preponderante. O efeito analgésico dos anti-inflamatórios, neste caso, torna-se bastante limitado, devendo-se dar preferência a outros analgésicos que não os anti-inflamatórios, cujo uso indiscriminado está associado a diversos problemas gástricos, cardíacos e renais.
3. A fisioterapia não funciona
Como já mencionei, o ponto principal do tratamento deve ser o fortalecimento dos tendões – de forma que a fisioterapia tem sim um papel fundamental. A fisioterapia, porém, é muitas vezes realizada de forma inadequada, utilizando-se apenas de medidas para tirar a dor (ultrassom, eletroterapia e gelo, entre outras). Estas são medidas de fácil realização e de baixo custo, e frente ao excesso de pacientes muitas vezes tornam-se o foco principal do tratamento. São medidas válidas e devem ser utilizadas, mas sem um trabalho de fortalecimento e alongamento adequado, têm pouco valor.
Antes de dizer que a fisioterapia não funciona, veja se ela foi realizada de forma adequada.
O tendão é a parte final de um músculo – a parte que se prende aos ossos. O processo pelo qual a tendinite se desenvolve está associado a desequilíbrios musculares e à carga excessiva de esforço realizado pelo tendão. Boa parte do processo pelo qual as tendinites se desenvolvem é semelhante ao que leva às lesões musculares, de forma que a leitura do texto sobre lesões musculares também é válido para compreender as tendinites.
Todo tendão sofre um processo contínuo de remodelação, no qual suas fibras vão se desgastando e são absorvidas, ao mesmo tempo em que novas fibras são formadas. Se a pessoa pratica menos atividade física do que aquela para a qual está preparada, seu corpo entende que ela não precisa de um tendão tão forte e a absorção das fibras torna-se maior do que sua formação – e o tendão perde força. Caso a pessoa faça mais esforço do que aquele com o qual está acostumada, a formação das fibras passa a ser maior do que sua destruição – e o tendão torna-se mais forte.
Este processo, porém, tem um limite. A capacidade de formar novas fibras é limitada, e se a atividade física for excessiva, a desruição torna-se maior do que a formação. Este processo de destruição aumentada faz com que ocorra um processo. Com o tempo, este processo leva ao desgaste e à perda da força do tendão.
A atividade física pode atuar de formas diferentes sobre o tendão. Dentro de um certo nível de atividade, ela é benéfica, promovendo uma formação de fibras maior do que sua destruição. Esta quantidade de atividade física é conhecida como “envelope de função”. É o nível de atividade que se deve buscar realizar. Quando se faz atividade acima do envelope de função, a destruição de fibras torna-se muito grande, levando às tendinites, o que mostra que a atividade está sendo maléfica. Caso se faça menos atividade, a formação de fibras é tão reduzida que o tendão perde força.
Compreendendo-se este processo, fica fácil entender o tratamento, que tem por objetivo final a melhora da força do tendão comprometido, aumentando assim o envelope de função.
Os mitos da tendinite
1. Tendinite não tem cura
Esta é uma verdade parcial. A parte do tendão que já está degenerada tende a permanecer assim, mesmo mediante tratamento, e por este ponto de vista realmente a tendinite não tem cura. Muitas pessoas, porém, têm algum grau de degeneração e nem sabem disso, uma vez que são capazes de manter suas atividades físicas dentro de um envelope de função que consideram satisfatório. O tratamento da tendinite deve ter por objetivo fortalecer o tendão e aumentar o envelope de função, de forma que a pessoa consiga realizar sua atividade sem ter dor. Por este ponto de vista, se considerarmos a cura como a melhora da dor, a tendinite pode sim ser curada.
2. Deve-se usar anti-inflamatórios
Os medicamentos anti-inflamatórios são usados de forma indiscriminada pela população em geral para o tratamento das dores e os atletas e dançarinos em geral não fogem a esta regra. Deve-se, porém, ter em mente qual o papel da inflamação e dos anti-inflamatórios.
A inflamação é o processo pelo qual as fibras destruídas do tendão (no caso das tendinites) são absorvidas para serem então substituídas. A dor faz parte do processo inflamatório, mas tem uma função importantíssima: como a inflamação indica que a pessoa está se excedendo na atividade, a dor faz com que esta pessoa faça menos atividade e impeça, assim, a destruição ainda maior das fibras. Como o uso de anti-inflamatórios mascara este processo, ele permite que a pessoa, sem perceber, continue fazendo atividade em um nível prejudicial.
Outro fator importante é que, como já mencionei, quando a dor se torna crônica, a fraqueza do tendão – e não o processo inflamatório – é que torna-se o fator preponderante. O efeito analgésico dos anti-inflamatórios, neste caso, torna-se bastante limitado, devendo-se dar preferência a outros analgésicos que não os anti-inflamatórios, cujo uso indiscriminado está associado a diversos problemas gástricos, cardíacos e renais.
3. A fisioterapia não funciona
Como já mencionei, o ponto principal do tratamento deve ser o fortalecimento dos tendões – de forma que a fisioterapia tem sim um papel fundamental. A fisioterapia, porém, é muitas vezes realizada de forma inadequada, utilizando-se apenas de medidas para tirar a dor (ultrassom, eletroterapia e gelo, entre outras). Estas são medidas de fácil realização e de baixo custo, e frente ao excesso de pacientes muitas vezes tornam-se o foco principal do tratamento. São medidas válidas e devem ser utilizadas, mas sem um trabalho de fortalecimento e alongamento adequado, têm pouco valor.
Antes de dizer que a fisioterapia não funciona, veja se ela foi realizada de forma adequada.
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