quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Vida De Uma Bailarina

A vida de uma bailarina é cheia de desafios e obstaculos que nos causam dor e sofrimento. Porém não há emoção maior do que a glória e o prazer que sentimos no dia de um espetáculo.

Dançar...Dançar

"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"

                                                                                                                                                          
Gostei desta imagem pois a garota parece comigo!!=D

A Mais Bela Arte

A MAIS BELA ARTE ! ENSINAR! PARABÉNS A TODOS OS MESTRES MARAVILHOSOS QUE ATÉ HOJE VIVEM A PROPORCIONAR A TRADIÇÃO DE NOSSA ARTE CLÁSSICA!

Não Precisamos

Não precisamos de uma sapatilha, precisamos apenas dos pés.
Não precisamos do coque, só precisamos de perfeição.
Não precisamos de alguém para nós ajudar, precisamos saber dançar sozinhas.
Não precisamos de uma professora para nos ajudar, precisamos de uma barra de ferro e dos pés para aprender a dançar sozinhas.
E dai que os nossos pés estão machucados...Podem estar mas é com orgulho que tenho meus pés machucador por uma sapatilha.

Sou bailarina não apenas alguém que dança com sapatilhas e com um coque ou uma trança...

A Bailarina

A bailarina 

A bailarina,
como frágil lamparina,
como pequeno colar,
faz do ar sua casa,
sua estrada pontilhada
de água.

Entre uma estrela e outra
a bailarina descansa.
Ali onde os humanos
não podem ir,
só o loucos
e os que sabem
que com um desejo
se constrói um planeta.

Dançar

''Dançar é viajar num infinito momento de movimentos''

Danço...

Danço...

Não apenas por dançar;

Mas por sentir em cada partícula de meu corpo;

As notas de uma música que nunca para;

Uma música que surge dentro de mim

Cada vez que penso em dança;

Meu corpo ganha uma vida exuberante;

Um brilho que nenhum ser humano tem;

Minhas mãos falam várias línguas;

Que todos conseguem entender;

Meus pés ganham vida como se dançassem sós;

Meu corpo grita;

Todas as palavras do meu espírito;

Como se eu nunca tivesse falado;


Isso é dançar;


Isso é viver a dança;

E senti-la cada vez mais;

Isso é apenas dançar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Crianças!!

Amores vou confessar uma coisa a vcs, até 10 anos atras pensava que qnd entrava no ballet jah sabia fazer o grand ecárt (hahah) e jah subia na ponta kkk, mas qnd entrei percebi que esses são depois de anos de ballet!!!

kkkkkkkkkkkkkk, afinal ñ fui diferente, eu axu, vcs tbn pensavam assim? Diz aí pode ser até anonimo, ok?

10 Coisas Que Uma Bailarina Não Diria

10. Você vai terminar essas fritas com queijo?

9. Quero pegar essa coreografia do Rebolation.

8. Eu fico louca com todos aqueles giros.

7.  Meu sonho é fazer uma versão em balé de “Tom e Jerry”

6.  Os jogadores de futebol podem se coçar. Por que não podemos?

5. Eu não sei o que eu gosto mais – ‘Lago dos Cisnes’ ou aquele cd da Furacão 2000.

4. Quando eu tenho que pular muito alto, eu finjo que há um furão me mordendo na bunda.

3. Eu amo a Amy Winehouse!

2. Queria que ela dançasse comigo, ao invés desse gaylarino.

1. Quem homem vai me querer com esses pés deformados?

 

Liindoo

Kraka que liiindooo!!!!!!

Neeh pessoas do meu s2??

Caracteristicas De Uma Bailarina

Oiii gente!!!!Nesses dias, estava conversando com minhas amigas, quando de repente percebi que elas falavam sobre um outro assunto, entre elas...Perguntei o que era, e elas falaram: " Tinha que ser uma bailarina mesmo..." Não entendi, o contexto da frase no assunto, e disse que não havia entendido...Elas disseram: "Jade, você só pode ser uma bailarina mesmo! Olha como você está sentada, toda 'esticada (postura), com os pés esticadinhos! Da onde surgiu isso, menina?!!"
Começamos a rir, e percebi que várias pessoas já falaram isso de mim...Postura, coerência, e delicadeza estão sempre ao meu redor...Maluquice????Não! Percebi que são características de bailarina... Não sei se vocês também são assim, mas eu absorvi muitas caracteríticas bailarinísticas... Achei isso engraçado e resolvi colocar no blog!


TESTE: Você tem características de uma bailarina?

1. Para ir a escola ou ao trabalho, você...
A- Usa o cabelo solto e ao final do dia, apenas dá um nó prático.
B- Usa- o bem presinho, e sempre dá uma conferida para ver se está arrumadinho.
C- Deixa o cabelo bem "LIVRE", não arruma, só põe um pouquinho de creme.

2. Seu estilo é mais...
A- Básica, jeans e camiseta, são seus aliados, conforto é o principal!
B- Romântica, vestidinhos, blusinhas coloridas e sapatilhas, você adora!
C-Roqueira, roupas escuras, unhas pretas (esmalte!) e caveirinhas são IRADOS!

3- Sua cor preferida é...
A- Branco, azul...
B- Rosa, Lilás...
C- Preto, prata...

4- Suas bijuterias são...
A- Não gosto muito de bijuterias! Um colar no máximo!
B- Adoro pérolas e brincos pequenininhos mas notáveis!
C- Usar mil e uma pulseirinhas de plástico!

5- O que você acha sobre as músicas de Mozart, Tchaikovsky...
A- Me dá sono, pra ser sincera...QUE TÉDIO!
B- Conheço e acho que são envolventes e lindas!
C- O que é isso?! É de comer?

6- Seus filmes preferidos são de:
A- Drama e suspense
B- Comédias românticas
C- Terror e sobrenatural

7- Qual é seu hobby?
A- Ir ao cinema, cozinhar
B-Ler, Escrever e dançar
C- Ouvir músicas, ir a shows e dormir

8- Gosta de comer...
A- Salada e só!
B- Um pouco de tudo mas moderado!
C- Pizza, sorvete, cachorro quente, refri... Suco? Salada? ECAAA!

RESULTADO:

Mais letra A
Você é uma´pessoa normal, age como uma pessoa comum!
Mas não ´parece com uma bailarina ideal!

Mais letra B
Você é uma bailarina completa! Age como uma, fala como uma!
Parabéns, continue assim!

Mais letra C
Você não tem nada a ver com uma bailarina!
Está em um caminho TOTALMENTE oposto!!!!

Gostaram?

Eu que fiz!

Beijinhos

domingo, 23 de setembro de 2012

Dúviida!!

Oiie,. Catarina aqui, gnt fiquei muito na dúvida, pesquisei na net e ñ encontrei, vcs meus amores sabem me informar se homens usam sapatilha de ponta? Ñ perguntei a prof de ballet, pois o ballet é somente 3 dias na semana(terça, quinta e se essa dúvida apareceu hoje!! hahah'

Trabalhando a Ponta

 Ooi, Catarina aqui, gente, hoje vim aqui falar sobre A Ponta, e o quanto de trabalho que ela dá, poisé, gente quando uma bailarina começa a usar a sapatilha de ponta, pelo fato dela estar acostumada a usar sapatilha de meia ponta, que é mole, ela estranha a sapatilha de ponta, ( é de se esperar, porque é gesso. né haaha ) então vim aqui dar duas dicas pra amolecer a ponta!! =D

Dica nº 1: Nos primeiros meses de uso da ponta, umedeça a parte de dentro da sapatilha ( não é pra enxarcar, molhe os dedos, e passe os dedos molhados na sapatilha, mas deixe ela toda úmida ), e conforme você vai fazendo aula com a ponta úmida, ela vai se moldando ao seu pé, e quando a sapatilha fica com o formato do seu pé, ela fica beeeeeeeeeeeeem melhor de se trabalhar.

 Dica nº 2: As bailarinas adultas usam o termo " quebrar a ponta " e as bailarinas iniciantes não entendem o que isso quer dizer, bem, vou explicar: Se você quebrar a ponta da sua sapatilha, ( a ponta do gesso ) você não consegue mais usar a sua sapatilha, porque não dá mais pra subir na ponta, e/ ou pode acabar machucando seu pé, Mas se você quebrar sua sapatilha no meio da sola do pé, ela fica bem mais fácil de se trabalhar, porque fica mais macia, você tem opções pra conseguir quebrar sua ponta:



~> Tente sempre descer da ponta passando pela meia ponta!!
~> Vire sua sapatilha de ponta, de forma que a sola fique para cima ( fora do pé, né gente ) e bata com um martelinho suavemente até quebrar!!
~> Bata com a sapatilha na ponta da barra, ou na quina de uma parede!!

Fortalecendo as Pernas

Ooi gente,. Catarina aqui, vim falar sobre as pernas de uma bailarina, todas nós sabemos que bailarinas tem que ter pernas fortes para poder sustentar seu próprio peso em meio a levantamento de pernas, giros, piruetas... Mas não é tão fácil ter pernas fortes, aqui eu mostro a vocês uma série de exercícios para fortalecer as pernas:

O primeiro passo é fazer um alongamento, focando na região das pernas. Após isso comece os exercícios. Eles devem ser feitos de forma lenta e com um ritmo fixo. A respiração deve ser constante e profunda. Caso você ache que a atividade tornou-se fácil, uma boa alternativa é acrescentar peso aos exercícios.
Exercícios para fortalecer as pernas
Parte lateral das coxas: deite-se em um colchonete e erga as pernas em 90°, com as solas dos pés paralelas ao teto. Mantenha os braços esticados do lado do corpo e nenhum momento retire as costas ou cabeça do chão. Faça pequenas aberturas com as pernas, movimentando-as lateralmente. Não flexione o joelho e também não deixe que elas se aproximem do desçam, de modo a diminuir o grau delas em relação ao chão. Faça três séries de dez repetições cada.
Exercícios para fortalecer as pernas
Parte superior e inferior das coxas: em pé, dê uma pequena abertura entre as pernas e flexione o joelho. Com os braços estendidos a frente, suba e desça o tronco até as pernas ficarem paralelas ao chão. O esforço deve ser feito na região superior das coxas. Não deixe que sua perna se abra lateralmente (mantenha sempre a mesma distância entre os joelhos) e nem que sua coluna se envergue. Este tipo de agachamento pode ser feito em 3 séries de 8 repetições.
Exercícios para fortalecer as pernas
• Panturrilhas: posicione-se em um degrau de modo que da ponta até o meio do seu pé fique apoiado e o resto fique para fora. Suba e desça o seu corpo, concentrando a força na região da panturrilha. O movimento deve ser somente para cima e para baixo e não para os lados. A coluna deve permanecer alinhada e o corpo totalmente reto. A cabeça deve estar direcionada para frente e as mãos ao lado do corpo. Já os joelhos podem dar uma leve flexionada. Você pode fazer uma perna de cada vez ou as duas ao mesmo tempo. Faça 3 séries, cada uma com 12 repetições.

Arco do Pé

Oiie, Catarina aqui, eu estava a procura de exercícios para fortalecer o arco do pé, para assim consequentemente melhorar a sua ponta, deixando-a mais bonita ;]


Arco dos pés
  

 Image hotlink - 'http://personal.telefonica.terra.es/web/kv/1a.jpg'


 1) Descanse seu pé (tente manter seus dedões do pé fora do chão de forma que você usa seu arco para esticar seu pé) e lentamente tente esticando seu joelho, mantendo o bol de seu pé o mais próximo possível do chão. Quando você esticar seu joelho, tente empurrar o bol de seu pé o mais perto do chão usando apenas seus músculos. Isso ajudará a dar força para esticar o pé ao máximo.
  
Image hotlink - 'http://personal.telefonica.terra.es/web/kv/2a.jpg'

 2) Estique seu pé o máximo que conseguir, flexionando apenas seus dedos. Esse exercício ajuda a fortalecer o arco do pé, pois ensina como estica-lo da maneira correta. Enquanto fizer este exercício estique o joelho, para trabalhar completamente os músculos da sua perna, o que dará uma boa estabilidade ao subir na meia ponta.

Image hotlink - 'http://personal.telefonica.terra.es/web/kv/4a.jpg'
 3) Envolva seu pé em algo redondo (lata, bola, etc), se esforçando ao máximo para esticá-lo ao redor disso, levante-o tentando manter a mesma posição.
Image hotlink - 'http://personal.telefonica.terra.es/web/kv/3a.jpg'

4) Esse é um exercício lento de battement tendu e pode ser feito como parte do aquecimento. O desafio está em manter o pé preso ao chão, arrastando, mas sem transferir o peso (fotos 1 e 2). Esse é um ótimo alongamento para os músculos da coxa, além de fortalecer os pés no trabalho da meia-ponta  para ponta.


 Exercícios retirados de: http://www.bailarinas.kit.net/Tecnica/arco_dos_pes.htm

Ballet Neoclássico

Ooi gente, Catarina aqui, hoje vim fazer um post que eu e a Amábilly criamos, sobre Ballet Neoclássico, o que é isso? Bem, a dança neoclássica basicamente é tudo o que foge do clássico, é menos rígido do que o balé clássico, e muitas vezes os bailarinos dançam em tempos mais extremos e executam movimentos mais livres, pode utilizar vestuário, música, coreografia, cenários variados, sem toda a perfeição do clássico. Pode ser dançado com qualquer música.







A História do Neoclássico:

"O Ballet Neoclássico é um balé que usa o estilo que usa o vocabulário do ballet tradicional, mas é menos rígido do que o balé clássico. Por exemplo, muitas vezes os bailarinos dançam em tempos mais extremos e executam movimentos mais livres.
O neoclássico é geralmente mais moderno e complexo do que o ballet clássico.
É o estilo do século 20. Inspira-se na avançada técnica de século 19. Balanchine utiliza movimentos de mãos (e, ocasionalmente, pés), transformou as posições das pernas e os trajes (com túnicas em vez de tutus) para distanciar-se do balé clássico e tradicionalmente romântico. O que sobra é a dança em si, mais sofisticada e moderna, mantendo a sapatilha de ponta, mas evitando a pantomina e o drama característica do ballet tradicional.
A dança moderna de Balanchine também trouxe mais bailarinos para dançar em sua Cia, a New York City Ballet, uma delas foi Paul Taylor em 1959. Balanchine também trabalhou com dança moderna, com a coreógrafa Martha Graham, expandindo às modernas técnicas e idéias. Também durante este período, os coreógrafos, como John Butler e Glen Tetley começaram a combinar conscientemente balé e técnicas modernas de experimentação."

Ser Bailarina!

                  Ser bailarina, não é apenas dançar, é sentir a dança          


  Ser bailarina é sentir a magia de dançar
         É entrar no palco, sem pensar em mais nada
               Ser bailarina é batalhar se esforçar o ano inteiro 
Pra dançar aqueles minutinhos,
Vivendo a emoção da dança
É viver bem, viver saudavél,
                       Ser bailarina é transmitir a magia da arte para o mundo!!!!
Por Catarina Melo

sábado, 22 de setembro de 2012

Origem do Ballet

ós falamos, falamos e falamos sobre diversos assuntos relacionados ao ballet; por isso, nada mais justo do que conhecer a história dele. Os próximos posts que farei atenderão ao pedido da Suellen, que me pediu auxílio para sua monografia; espero que seja útil! 
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A origem do Ballet
O ballet (palavra de origem francesa) teve origem por volta do século XV, na Itália, durante a época renascentista.
Caracteriza-se por ser uma dança muito peculiar, com técnicas próprias; era utilizada para entreter a nobreza em geral. Se desenvolveu, principalmente, pelos países europeus de grande porte. Foi introduzido na Rússia por  Sergei Diaghilev, através da empresa Ballets Russes. Hoje, a Rússia é mundialmente conhecida pela quantidade de academias e bailarinos prósperos que apresenta.

Um dos ballets de repertório mais marcantes da nobreza foi o Ballet Cômico da Rainha, apresentado na França, em 1581, representando o pedido da rainha Catarina de Medicis.

Por volta do século XX, o ballet já ganhara grande extensão pelo mundo. Nos Estados Unidos, se desenvolveu um novo tipo da dança: o ballet contemporâneo ou moderno. Este último apresentava diferentes ideologias, maior ousadia e sentimento nas performances.

Hoje, o ballet é considerado o pai das danças, pois é a base para o desenvolvimento de outros ritmos. É uma dança marcada pela disciplina, controle corporal, leveza de movimentos e harmonia.

Aqui estão alguns links com muitas informações sobre a origem do ballet:

Facebook

Olá pessoas lindas,
Então peço que vocês me adicionem no facebook meu nome é Catarina Melo, sou de Estência Sergipe e a minha fotinha sou eu com meu rosto de lado, usando um vestido preto com vermelho que quase não dá para ver (kkkk')!!
É isso...bjuus e até amanhã, vou deixar minha beleza descansar por algumas horas(hahaha)!!

Ela, a Bailarina.


Ela, a bailarina. Era ela a primeira bailarina de sua vida. Mas ela desejava mais. Ela queria saber afastar toda a névoa de encanto e deslumbramento que encobre este falso degrau, que se repete e se repete, e só sabe se repetir e fazê-la tropeçar. Este encantamento que a impede de entender o que realmente está por trás de todos os calos, todas as quedas e todos os desapontamentos. Queria poder conseguir deixar o amor um pouco de lado. Queria saber se controlar, queria conseguir se superar sempre que quisesse, só pela força de vontade. Queria que dedicação, garra e paixão fossem o suficiente. Queria que fossem flores os dias que se seguem e que gira, gira e gira, tentando não cair. Queria perceber mais facilmente que em cada tentativa fracassada está um passo mais perto de conseguir. Queria que o cetim das suas sapatilhas fosse sempre rosa-algodão-doce, que os rasgos da meia-calça não existissem, que as manchas que sujam estas sapatilhas, adquiridas no linóleo, desaparecessem. Mas rasgos, manchas, são o esforço disfarçado. Queria apenas um lugar para morar, uma sala para dançar e uma música para se libertar. E mesmo que não quisesse, às vezes, a força da gravidade também a atingia. Mas isso não importa, pois flutuava sentada, deitada, sangrando, cansada. Onde quer que estivesse, como estivesse, flutuava.

Na Ponta dos Pés…

Exercícios de ponta conferem beleza única ao ballet e são o sonho da maior parte das bailarinas. No entanto, eles aumentam significativamente o risco de lesões, e um preparo adequado é fundamental.
Não existe consenso sobre o momento em que se está pronto para iniciar os exercícios de ponta, e critérios como idade, tempo de treinamento, carga horária e força muscular são frequentemente usados. Porém… muitas bailarinas têm amigas da mesma idade fazendo exercícios de ponta, algumas vezes apenas porque frequentam escolas com critérios flexíveis em relação a essa questão, e pressionam seus professores para iniciá-los; os pais, que acham o exercício bonito, pressionam os diretores das escolas; estes, para não perder os alunos, muitas vezes tentam apressar todo o processo; e os professores sofrem pressões de todos os lados e de todos os tipos para colocar seus alunos na ponta, muitas vezes precocemente.
Em primeiro lugar é preciso entender que o corpo não amadurece da mesma forma e na mesma idade em todas as pessoas. Existe um período conhecido como “estirão do crescimento” que, apesar do nome, está associado a diversas alterações além do crescimento rápido. Nele ocorre o aumento da massa muscular, o desenvolvimento dos órgãos sexuais, o aumento dos pelos pubianos e axilares e, nas mulheres, o início do período menstrual. Observar essas características é importante na hora de se avaliar o quanto uma bailarina está pronta para iniciar o trabalho de ponta, uma vez que depois desse período o corpo se torna muito mais preparado para receber carga extra de treinamento.
Também é importante avaliar o objetivo de cada bailarina: se quiser praticar o ballet como recreação, sem objetivos de grandes rendimentos, a melhor opção é não realizar exercícios de ponta; e se realmente quiser fazer a ponta, é preciso que treine muito. Ela também precisa, obviamente, ter flexibilidade suficiente no pé, sem nunca esquecer que, ao contrario do que muita gente pensa, seu corpo inteiro precisa preparar-se para fazer a ponta, e não apenas o pé.
Ao subir na ponta, a bailarina se equilibra sobre uma área muito menor do que quando está apoiado sobre todo o pé. Se não tiver força, equilíbrio e acima de tudo habilidade técnica suficiente, além de não conseguir fazer os exercícios direito, o esforço para realizá-los será muito maior e isso poderá provocar lesões.
Ao avaliar um jovem bailarino, o médico deve sempre questioná-lo sobre o trabalho de pontas e eventualmente correlacionar alguma queixa a uma lesão específica. Caso perceba esta relação, não é seu papel decidir se o bailarino deve ou não fazer exercícios de ponta, mas sim orientá-lo para se preparar melhor para fazer os exercícios da forma mais saudável possível.

Lesões no Joelho

O joelho é a parte do corpo que mais provoca queixas nos bailarinos. É também a maisincapacitante, de acordo com avaliação feita na Santa Casa de São Paulo em estudo ainda não publicado.
As queixas relacionadas ao joelho decorrem principalmente da sobrecarga do mecanismo extensor, ou seja, das estruturas que permitem que o joelho se extenda, e caracterizam-se pela dor na parte da frente do joelho. Diversos diagnósticos podem estar associados à esta dor, como a tendinite patelar, a condromalacea da patela e a dor femoropatelar, entre outros. As queixas ocorrem principalmente durante o trabalho de ponta, na aterrizagem de saltos e em exercícios com o joelho muito flexionado (Plie, Gran Plie). No começo, a dor ocorre no inicio dos exercícios, melhorando depois de alguns minutos e retornando depois do treino . Com o tempo, o joelho passa a doer durante toda a atividade, e, finalmente, passa a doer mesmo fora do ballet, principalmente quando a pessoa permanece sentada por períodos prolongados, como em uma aula da escola ou no cinema.
A sobrecarga está associada não apenas ao excesso de exercícios, mas principalmente a um desequilíbrio muscular – tanto que essa é uma das ocorrências mais frequentes em pessoas sedentárias que iniciam uma prática esportiva sem ter a musculatura preparada para tal. O tratamento inicial consiste basicamente na fisioterapia para reequilíbrio muscular, e o resultado dessa fisioterapia quando bem realizada costuma ser bastante satisfatório para o controle da dor.
Entre as lesões traumáticas, as mais comuns são as que ocorrem nos ligamentos. Ainda que as ocorrências sejam muito menos frequentes do que nos esportes de contato, como o futebol e o basquete, eventualmente os bailarinos também têm esses tipos de lesões, que são bastante incapacitantes e na maioria das vezes requerem tratamento cirúrgico.

Lesões Musculares

 Lesões musculares: como ocorrem?
 Inicialmente, vou abordar alguns conceitos de anatomia que muitos não conhecem e que são essenciais para compreender por que ocorrem alguns tipos de lesões nos esportistas de maneira geral e nos bailarinos em particular.
Articulação é a união de um osso a outro. Exemplos de articulações no corpo humano são o ombro, o quadril, o joelho e o tornozelo. Os ossos são ligados uns aos outros por ligamentos e por músculos, sendo que a parte final dos músculos, que se prende aos ossos, é denominada tendão.
A principal diferença entre ligamentos e músculos é que os ligamentos não são capazes de se contrairem e de produzirem movimento; sua função é apenas a de dar estabilidade a uma articulação. Os músculos, pelo contrário, são capazes de se contrairem e produzirem movimentos, além de ajudar na estabilização.
Para cada grupo de músculos capaz de realizar um determinado movimento existe outro grupo de músculos capaz de evitar este movimento e de gerar o movimento oposto. Assim, por exemplo, existe um grupo de músculos que faz o joelho esticar e outro que faz o joelho dobrar. Músculos que realizam o mesmo tipo de movimento são chamados agonistas, e os que realizam movimentos opostos, antagonistas.
O movimento de uma articulação depende, desta forma, do equilíbrio da musculatura que a cruza. Assim, se os músculos que fazem o joelho esticar estiverem se contraindo com mais força do que aqueles que fazem o joelho dobrar, o joelho irá esticar. Os músculos flexores do joelho (aqueles que fazem o joelho dobrar), mesmo que estejam produzindo força, se alongarão. Este processo é semelhante ao que ocorre em uma brincadeira de cabo de guerra, quando um grupo de pessoas, mesmo tentando puxar a corda para trás, é puxada para a frente.
Quando existe um desequilíbrio de forças entre um grupo muscular agonista e um grupo antagonista, o grupo mais fraco terá que fazer um esforço excessivo para manter a estabilidade de uma articulação e entrará em fadiga. Caso o esforço persista, o músculo não mais será capaz de resistir à força realizada pela musculatura antagonista e ocorrerá uma lesão muscular.
Evitando lesões musculares
Ao se compreender o que causam as lesões musculares, fica muito mais fácil de se compreender o que pode ser feito para evitar estas lesões. Abordarei aqui alguns aspectos excenciais na prevenção das lesões musculares.
1. Reequilíbrio muscular
A maior parte das atividades físicas, entre as quais a dança, requer a repetição de movimentos. Com o tempo, isso faz com que certos grupos musculares fiquem muito mais fortalecidos do que seus antagonistas. Um exemplo é a posição em dehors, preconizada na maior parte dos exercícios do ballet, na qual ocorre a rotação da perna para fora. A musculatura que mantém a perna em dehors é muito mais trabalhada do que a musculatura que mantém a perna em dedans. O desequilíbrio de forças pode levar a uma lesão dos músculos rotadores internos do quadril (responsáveis por manter a perna em dedans). Da mesma forma, os músculos dorsais na coluna são muito mais trabalhados do que os abdominais, e diversos outros exemplos poderiam ser dados.
As pessoas que praticam esportes com uma carga horária elevada devem, desta forma, buscar intercalar diferentes tipos de exercícios. No caso dos bailarinos, por exemplo, é recomendável também praticar outras formas de atividades físicas, buscando trabalhar os grupos musculares que não são muito exigidos na prática da dança. Isso evita as lesões musculares bem como outras lesões por sobrecarga, como as tendinites e as dores articulares em geral.
2. Alongamento
A falta de alongamento adequado faz com que a musculatura trabalhe sempre no seu limite, colocando-se sob o risco de lesão. Os bailarinos possuem um alongamento excessivo nas suas articulações, mas vale lembrar que os exercícios realizados no ballet também exigem movimentos que vão além do que seria considerado normal para a população em geral. Portanto, não deixem de fazer os exercícios adequados de alongamento!
3. Aquecimento
A musculatura, quando não está aquecida, tem uma capacidade limitada de se alongar. Se os exercícios forem iniciados sem o aquecimento adequado, ao se tentar realizar movimentos que exijam grande alongamento da musculatura esta ficará sob risco de lesões.
4. Evitar fadiga
Já foi usado o exemplo do cabo de guerra, que usarei novamente. Quando as pessoas estão cansadas, fica muito mais fácil elas serem puxadas para o lado oposto. Com a musculatura ocorre o mesmo, e uma musculatura fatigada está mais arriscada a ter lesões. Isto explica por que as lesões musculares ocorrem com mais frequência ou no início dos exercícios (quando a musculatura não está aquecida) ou no final (quando há fadiga).
Portanto, ao praticar a dança – e isso vale para qualquer esporte! –, é importante seguir alguns princípios: não exceda na carga horária se seu corpo não estiver preparado para isso; evite aumentos repentinos na carga horária; alimente-se adequadamente; tenha períodos de descanso adequado, e respeite este período para realmente descansar – um período de sono adequado é essencial.

Me machuquei. E agora?
As lesões musculares podem ser classificadas em três graus crescentes de gravidade:
Grau I: estiramento muscular. Ocorre uma deformação das fibras musculares, que se tornam alongadas e não são capazes de retornar ao comprimento original. Essas lesões produzem pouca limitação e em um curto período o atleta poderá retomar as performances.
Grau II: rotura de algumas fibras musculares (rotura incompleta do músculo). Essas lesões produzem maior limitação e exigem maior período de afastamento.
Grau III: Rotura completa do músculo. Essas lesões exigem período ainda maior de afastamento e em alguns casos pode até ser indicado o tratamento cirúrgico.
Um profissional experiente é capaz de avaliar razoavelmente bem o grau de gravidade de uma lesão apenas examinando o paciente, mas em casos mais incapacitantes é benéfico fazer uso de ultrassonografia ou ressonância magnética para ajudar, pela imagem, a determinar o grau da lesão.
O tratamento inicial, no entanto, é o mesmo, independente da gravidade da lesão, e o ideal é que seja iniciado assim que a lesão ocorre, de preferência ainda no local onde ocorreu. Consiste de cinco fatores denominados em inglês pela sigla PRICE (Protection, Rest, Ice, Compretion and Elevation), que, traduzindo para o português, seria Proteção, Repouso, Gelo, Compressão e Elevação.
Proteção: pode variar do simples afastamento da atividade esportiva até o uso de muletas ou mesmo a imobilização, dependendo da intensidade da dor.
Repouso: deve ser o maior possível para evitar a dor
Gelo: pode-se colocar uma bolsa de gelo sobre o local lesionado por cerca de 15 minutos, com intervalo mínimo de 4 horas entre as aplicações; períodos maiores do que 15 minutos ou menores do que 4 horas de intervalo podem ser prejudiciais.
Compressão: feita através de enfaixamento, sem tensão excessiva.
Elevação: de acordo com o local e a gravidade, elevar a região acometida.
A avaliação da lesão por um médico especializado é importante para determinar qual a musculatura acometida e qual o grau da lesão, para que seja indicado o tratamento correto. Além dos fatores indicados acima, que podem ser iniciados pelo próprio atleta, pode-se usar medicamentos para o controle da dor, mas isso não deve ser feito de forma indiscriminada: os antiinflamatórios, por exemplo, usados muitas vezes sem prescrição médica, podem prejudicar a cicatrização muscular se tomados em excesso.
O retorno à prática do esporte deve ser feito conforme orientação médica. O retorno precoce, assim que a dor melhora, pode levar a uma re-rotura, e todo o período prévio de tratamento terá sido perdido.
Peculiaridades da dança em relação às lesões musculares
As lesões musculares mais frequentes ocorrem na região posterior da coxa, e entre os bailarinos isso não é exceção. Entre eles, porém, o padrão das lesões é diferente.
Na maioria dos atletas, como os jogadores de futebol e os corredores, por exemplo, as lesões ocorrem devido a contrações musculares muito intensas, como em uma corrida rápida. Em geral, essas lesões ocorrem pouco acima do joelho.
No caso dos bailarinos, as lesões ocorrem em movimentos relativamente mais lentos, porém com uma amplitude de movimento excessiva. A região acometida em geral é mais acima, próxima ao quadril, e infelizmente a recuperação destas lesões é mais difícil: a vascularização do músculo nesta região é pior, fazendo com que o tempo de recuperação seja mais prolongado; a dor nem sempre é um bom parâmetro, uma vez que costuma ser relativamente mais leve, dando a impressão de que a recuperação será fácil; as cicatrizações insuficientes e a re-rotura destas lesões são bem mais frequentes do que aquelas que ocorrem próximas ao joelho.

Os Mitos da Tendinite

Tendinite é um termo médico que significa “tendão inflamado”, mas mais correto seria dizer “tendinopatia”, ou seja, “tendão doente”, já que muitos casos descritos como tendinite estão associados não a uma inflamação do tendão, mas a um desgaste deste. De qualquer forma, como este texto não é direcionado a profissionais da área médica, e como tendinite é um termo a que todos estão acostumados e muitos usam quando sentem dor no tendão, descreverei aqui as tendinopatias como tendinite.
O tendão é a parte final de um músculo – a parte que se prende aos ossos. O processo pelo qual a tendinite se desenvolve está associado a desequilíbrios musculares e à carga excessiva de esforço realizado pelo tendão. Boa parte do processo pelo qual as tendinites se desenvolvem é semelhante ao que leva às lesões musculares, de forma que a leitura do texto sobre lesões musculares também é válido para compreender as tendinites.
Todo tendão sofre um processo contínuo de remodelação, no qual suas fibras vão se desgastando e são absorvidas, ao mesmo tempo em que novas fibras são formadas. Se a pessoa pratica menos atividade física do que aquela para a qual está preparada, seu corpo entende que ela não precisa de um tendão tão forte e a absorção das fibras torna-se maior do que sua formação – e o tendão perde força. Caso a pessoa faça mais esforço do que aquele com o qual está acostumada, a formação das fibras passa a ser maior do que sua destruição – e o tendão torna-se mais forte.
Este processo, porém, tem um limite. A capacidade de formar novas fibras é limitada, e se a atividade física for excessiva, a desruição torna-se maior do que a formação.  Este processo de destruição aumentada faz com que ocorra um processo. Com o tempo, este processo leva ao desgaste e à perda da força do tendão.
A atividade física pode atuar de formas diferentes sobre o tendão. Dentro de um certo nível de atividade, ela é benéfica, promovendo uma formação de fibras maior do que sua destruição. Esta quantidade de atividade física é conhecida como “envelope de função”. É o nível de atividade que se deve buscar realizar. Quando se faz atividade acima do envelope de função, a destruição de fibras torna-se muito grande, levando às tendinites, o que mostra que a atividade está sendo maléfica. Caso se faça menos atividade, a formação de fibras é tão reduzida que o tendão perde força.
Compreendendo-se este processo, fica fácil entender o tratamento, que tem por objetivo final a melhora da força do tendão comprometido, aumentando assim o envelope de função.

Os mitos da tendinite

1. Tendinite não tem cura
Esta é uma verdade parcial. A parte do tendão que já está degenerada tende a permanecer assim, mesmo mediante tratamento, e por este ponto de vista realmente a tendinite não tem cura. Muitas pessoas, porém, têm algum grau de degeneração e nem sabem disso, uma vez que são capazes de manter suas atividades físicas dentro de um envelope de função que consideram satisfatório. O tratamento da tendinite deve ter por objetivo fortalecer o tendão e aumentar o envelope de função, de forma que a pessoa consiga realizar sua atividade sem ter dor. Por este ponto de vista, se considerarmos a cura como a melhora da dor, a tendinite pode sim ser curada.

2. Deve-se usar anti-inflamatórios
Os medicamentos anti-inflamatórios são usados de forma indiscriminada pela população em geral para o tratamento das dores e os atletas e dançarinos em geral não fogem a esta regra. Deve-se, porém, ter em mente qual o papel da inflamação e dos anti-inflamatórios.
A inflamação é o processo pelo qual as fibras destruídas do tendão (no caso das tendinites) são absorvidas para serem então substituídas. A dor faz parte do processo inflamatório, mas tem uma função importantíssima: como a inflamação indica que a pessoa está se excedendo na atividade, a dor faz com que esta pessoa faça menos atividade e impeça, assim, a destruição ainda maior das fibras. Como o uso de anti-inflamatórios mascara este processo, ele permite que a pessoa, sem perceber, continue fazendo atividade em um nível prejudicial.
Outro fator importante é que, como já mencionei, quando a dor se torna crônica, a fraqueza do tendão – e não o processo inflamatório – é que torna-se o fator preponderante. O efeito analgésico dos anti-inflamatórios, neste caso, torna-se bastante limitado, devendo-se dar preferência a outros analgésicos que não os anti-inflamatórios, cujo uso indiscriminado está associado a diversos problemas gástricos, cardíacos e renais.

3. A fisioterapia não funciona
Como já mencionei, o ponto principal do tratamento deve ser o fortalecimento dos tendões – de forma que a fisioterapia tem sim um papel fundamental. A fisioterapia, porém, é muitas vezes realizada de forma inadequada, utilizando-se apenas de medidas para tirar a dor (ultrassom, eletroterapia e gelo, entre outras). Estas são medidas de fácil realização e de baixo custo, e frente ao excesso de pacientes muitas vezes tornam-se o foco principal do tratamento. São medidas válidas e devem ser utilizadas, mas sem um trabalho de fortalecimento e alongamento adequado, têm pouco valor.
Antes de dizer que a fisioterapia não funciona, veja se ela foi realizada de forma adequada.

Como Aumentar a Durabilidade da Sapatilha


Alterne os pés das sapatilhas
Todo mundo sabe que sapatilhas de ponta não têm pé direito e esquerdo. Portanto, trocar os pés a cada aula pode dobrar sua vida útil, principalmente quando um pé é mais forte do que outro. Isso só não poderá ser feito se houver uma diferença anatômica muito grande entre o pé direito e o pé esquerdo. Caso contrário, alternar os pés é muitíssimo recomendado.
Controle a umidade
Durante as aulas, os pés suam bastante e a umidade diminui vertiginosamente a durabilidade da sapatilha, pois o material utilizado é bem absorvente. Primeiro, evite utilizá-las sem a meia-calça. Algumas bailarinas fazem isso sem saber que suas sapatilhas correm risco. Após a aula, preencha a caixa da sapatilha com papel toalha. Quando chegar em casa, pendure as sapatilhas em local ventilado. Se você mora em lugar frio, pode deixá-las próxima ao forno ou atrás da geladeira. Algumas bailarinas chegam a colocar as sapatilhas dentro do forno, mas acho que isso é excesso de zelo. Não se esqueça de desfazer as rugas do cetim durante a secagem. A secagem deve durar um dia inteiro dependendo da temperatura ambiente.
Conserve com cuidado
Algumas bailarinas mais desleixadas simplesmente jogam a sapatilha dentro da bolsa e as deixam assim. Após fazer o controle da umidade, dobre o calcanhar e enrole as fitas nele. Isso preserva o formato da sapatilha e das fitas.
Se mantiver as sapatilhas guardadas por um longo período de tempo, tome cuidado para que elas não sejam corroídas por insetos. Sim! Isto acontece! Neste caso, mantenha as sapatilhas em lugar bem frio durante o inverno e bem seco durante o verão. A umidade possibilita o crescimento de fungos e proliferação de insetos.
Faça um rodízio
Se puder, utilize sempre dois pares de sapatilhas em esquema de rodízio. Enquanto realiza o controle de umidade de um par, você utiliza o outro em sala de aula. Alterne as sapatilhas a cada aula e troque após uma hora de uso durante os ensaios. O rodízio das sapatilhas aumenta seu tempo de vida em 50%.
Faça uma costura especial na plataforma
Costurar a plataforma da sapatilha é bastante comum no exterior. No Brasil, são raras as bailarinas que têm esse hábito. Isso porque costurar a plataforma dá um certo trabalho, pois são utilizadas linhas e agulhas mais grossas e também um alicate. Apesar disso, fazer esta costura evita que o cetim rasgue com facilidade e proporciona maior estabilidade, pois a superfície da plataforma da sapatilha sofre um ligeiro aumento.

E se você tem mais alguma dica de como aumenta a durabilidade da sua sapatilha, por favor, compartilhe conosco, ok?

Você está pronta para subir nas pontas?




Pré-requisitos para o trabalho de pontas (por Charles Maple)
Iniciar o trabalho de pontas é um dos maiores ritos de passagem de uma aspirante a bailarina. É algo no qual várias alunas mantêm o foco e é um dos grandes grandes obstáculos no caminho de se tornar a aluna mais nova e entrar para o grupo das alunas mais velhas.
Em várias performances de ballet, as bailarinas principais geralmente dançam nas pontas. E há algo de tão gracioso que todas as alunas desejam ser como aquela linda jovem no palco.
O trabalho de pontas é muito mais árduo do que parece e pode ser também bastante perigoso para jovens alunas cujos pés ainda não são fortes o bastante e não apresentam a anatomia do tornozelo ainda apropriada, ou ainda não possuem habilidade técnica suficiente para controlar o resto do corpo enquanto estão dançando.
Na verdade, é uma combinação entre maturidade física e técnica para controlar os pés e os tornozelos o que determina se a jovem bailarina está pronta para subir nas pontas.
Mesmo garotas que estudem na mesma escola, façam as mesmas aulas e estejam na mesma idade, não é raro que algumas estejam prontas antes que outras. Esta prodigalidade possui um determinante genético. Porém, normalmente o que se considera é a capacidade da aluna em atender corretamente às correções em sala,  bem como o fato de já estar fisicamente forte. Considerando todos estes pontos, é que o professor avaliar se a aluna está apta ou não para manter a concentração mesmo utilizando os sapatos de ponta.
Aos 12 anos, dependendo da maturidade da menina, as porções cartilaginosas dos ossos dos pés, que são ainda macias durante a infância, tornam-se mais rígidas e as chances de  lesões diminuem bastante. Entretanto, isso não significa que toda aluna está pronta para subir nas pontas aos 12 anos de idade. Vamos obserar alguns pré-requisitos que determinar a maturidade para o trabalho de pontas.
Permuta dos dedos dos pés
Tentar levanter os dedos dos pés separadamente é um excelente método para avaliar o controle consciente da pequena bailarina sobre os músculos dos seus dedos.
Arquear a planta do pé
Na planta dos pés, há pequenos músculos cujo controle é essencial para subir corretamente na meia-ponta e em seguida nas pontas.
Extensão do Tornozelo
Uma extensão de tornozelo adequada é essencial para que a bailarina seja capaz de subir nas pontas. A extensão ideal do tornozelo para o trabalho de pontas é de 0 a +5 graus.
Extensão do dedão
A facilidade em empurrar o dedão do pé aplicando uma pressão sobre ele e não encontrar restrições durante o movimento é essencial para o trabalho de pontas.
Outras considerações
Os principais aspectos que devem ser levados em conta para avaliar a capacidade das alunas para o trabalho de ponta são: manter o controle do corpo, da postura, o controle funcional, o controle dos pés, a idade, o estágio de desenvolvimento, a mobilidade, a altura, o peso e, obviamente, a maturidade da pequena bailarina.

O uso das pontas não é anatômico. Pelo contrário, ele traz um enorme potencial de lesões. Então, o importante é zelar pela saúde da bailarina e não causar antecipar problemas desnecessariamente, não é mesmo? Prevenir é melhor que remediar!

A Importância Dos Braços



De uns tempos pra cá, tenho prestado bastante atenção numa parte do corpo que muitas vezes é deixada de lado pelas bailarinas iniciantes: os braços.

Isto porque, quando se começa, há muito mais interesse nas pontas, nas pernas e na flexibilidade. Uma coisa que muitas bailarinas não reparam é que grande parte da expressão na hora de dançar vem dos braços (e mãos!). Estou cada vez mais apaixonada por eles!

Antes, eu achava que ia demorar muito até o ballet começar a moldar os meus braços, visto que a gente só acaba dançando mesmo em época de ensaios. Mas depois comecei a reparar nas dores que eu sentia após uma aula de retorno de férias. Senti as mesmas dores esta semana e pensei a mesma coisa "Nossa, como a gente trabalha braço sem saber!"

Engana-se quem pensa que os músculos dos braços não estão sendo trabalhados no ballet, seja na barra, no centro ou na diagonal. No centro é onde mais sofro, sustentando os dois nas diversas posições enquanto realizo os passos.

O negócio com o braço do ballet é nunca deixar o cotovelo cair. Minha professora diz que você tem que se sentir como se estivesse pendurada num varal por pregadores. haha Quando você encontra a posição correta, é quando começa a sentir a dor da malhação. Eu demorei todos esses 3 anos de ballet para realmente entender e até hoje me policio 100% do tempo para manter tudo no lugar. É difícil, mas quando se encontra a tal linha, fica tudo mais bonito! Os braços são como molduras, penso eu.

Conforme o nível das aulas vai subindo, vamos misturando cada vez mais posições de braços com sequências de passos e saltos e, apesar de caótico, estou adorando e tentando me dedicar ao máximo.

Aprendi que uma bailarina não é nada sem braços bonitos e expressivos. Prova do quanto eles são importantes é o révérence, o agradecimento que fazemos no final de todas as aulas. É uma das minhas partes favoritas, porque em muitas aulas é o único momento no qual dançamos de verdade. E se pararmos para observar, ele é praticamente uma sequência de movimentos (lindos) de braços.

Fazer o révérence no final de toda aula me ajudou a desenvolver mais esse lado expressivo. Então, se tem uma dica que posso dar a respeito de braços é: se joga no révérence! haha

Não consegui encontrar videos bons de révérence no YouTube para finalizar o post

Paciência, dedicação e o que mais vier por aí

Aonde elas vão chegar, só depende delas.

Uma bailarina precisa de ter em sua mente aonde quer chegar, precisa de traçar metas mas, e principalmente, precisa de fôlego e paciência para fazer as coisas acontecerem, ainda que demorem um tantinho. Se nesses quatro anos de balé pude aprender alguma coisa é que, como tudo na vida, não adianta se a gente se desespera, senta num canto da parede e pensa em desistir porque "ah, não tenho abertura suficiente!" ou "nunca vou conseguir ter..." ou outra coisa qualquer, afinal (e sei que parece meio óbvio) essa não é a solução do problema. Lembro-me de voltar para a casa tristonha depois das aulas, completamente exausta em todos os sentidos, e, em algumas das vezes, me largar no colo da minha mãe sem mais conter o choro enquanto tentava encontrar um motivo para não me sentir tão incapaz. Depois parei com isso. Decidi tentar algo diferente. Se ainda falta muito - tudo bem, eu digo a mim mesma - respire e tente de novo, devagarzinho. Não queira ir de 45º à 180º de uma só vez. Vá a 50º primeiro, e depois a 60º - quem sabe. E, devo confessar, depois que me acostumei a fazer isso eu realmente deixei de me importar se o balé me levará a algum lugar, se eu alcançarei a linha de chegada ou ficarei pelo meio do caminho. Deixei de me preocupar com o que ainda há de acontecer e tratei de me dedicar ao que faço agora, porque, eu percebi, o que me faz feliz são as minhas conquistas - aqueles momentos de êxtase em que a gente grita "consegui!" e corre para mostrar a todo mundo o que podemos fazer - não as minhas expectativas, e que com a dedicação da qual disponho no momento as coisas têm muito mais chances para acontecerem futuramente. Como uma semente que é plantada e regada todos os dias com carinho e afinco.

Retrato de bailarinas por Degas

Duas Bailarinas no Palco, 1874.

Nunca reparei neste quadro que está há tanto tempo na parede da minha sala de balé. Até conhecer o trabalho de Edgar Degas e, com ele, toda a sua sensibilidade, tanto para a arte como para a vida.

Bailarina em Frente da Janela, 1877.

E este estará, muito em breve, na parede do meu quarto.
Pois é. Inspiração.

Sonho, sonho. Realidade, à parte.

Sei que, às vezes, posso parecer um tanto sonhadora demais - até para mim mesma - e estive a pensar ao que isso me levaria, quero dizer, o que poderia me acontecer na pior das hipóteses. Foi aí que descobri que  posso perfeitamente separar, na minha vida, os meus sonhos e a minha realidade.
Foto: We Heart It
Eu sonho em ser uma bailarina profissional, ingressar em alguma companhia de dança e viajar pelo mundo para fazer o que eu amo, sonho em ter flexibilidade, equilíbrio, força, concentração, destreza, delicadeza, fluidez e tudo o mais que seja necessário. Sonho em dançar tão bem quanto respiro. Em me superar a cada dia - a dor, o cansaço, a ansiedade, o medo. Bater meus próprios recordes. Vibrar de felicidade por conseguir o que custara muito esforço. Ser bailarina completa.
A minha realidade é que faço aulas de balé por duas horas duas vezes na semana, há quatro anos, tendo parado por um ano na metade deste tempo. É que nunca dancei nenhum repertório, nem fiz nenhum solo, tampouco pas de deux. E que não tenho tanta flexibilidade quanto gostaria. Nem equilíbrio. Nem força. Nem todas as outras coisas  de que falei. E que considero meu desempenho nas pontas um tanto quanto precário. A minha realidade é que assisto vídeos de dança na internet que fazem meus olhos marejarem de admiração e que, eventualmente, me deixam deprimida, pensando que eu jamais conseguiria fazer o que aqueles bailarinos incríveis fazem (sei que a gente tenta fugir dessa coisa do "nunca", mas todo mundo sabe que é inevitável). A minha realidade é que moro em cidade pequena, onde não há teatros (exceto por um, totalmente inviável para apresentações de dança) e que temos sorte de que a nossa escola de balé exista. E que, talvez, muito provavelmente, terei de deixá-la no próximo ano, devido aos estudos.
Mas eu não penso em parar de dançar. Não depois de ter experimentado. Não depois de ter subido nas pontas pela primeira vez. Não depois do som dos aplausos, nos espetáculos. Muito menos depois de ter aprendido a ser menos desengonçada (hahaha). 
A concepção de sonho e realidade muda na dança. Que parece sonho, mas é real. Que parece arte, mas, para muitos, é vida. Porém, acho que sou capaz de discernir até onde posso ir, dentro das minhas possibilidades, sem ainda analisar a questão de que "nada é impossível". E para dançar, antes de tudo, é necessário manter os pés no chão. Mesmo um salto tem dois pliés.

Révérence

Foto: lookbook.nu
Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
A sua dança é toda poesia
Desperta alegria onde havia dor
Rodopia no palco da vida,
Naquela caixinha em forma de amor
Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
De manhã e mesmo à noite
Ofusca o brilho de estrela qualquer
E meu coração, tão bobo da corte
Se contenta com o fato de ser o que é
Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
Ou, quem sabe, me leve com você
Me mostre um mundo de tudo ao revés
Acolha minhas rosas no révérence
Enquanto aplaudo de pé, aos seus pés

Fiz esse poema em homenagem às bailarinas, já que hoje é o nosso dia. Espero não ter sido injusta com os bailarinos, eles não são menos merecedores. Felicidade, a todos e todas! E muita dança sempre!